9.26.2008

Ilhas

Ilhas isoladas…

Ilhas com empreendimentos turísticos de luxo... e habitações permanentes a caírem aos bocados…

Ou uma prisão… uma cela solitária com paredes de vidro inquebrável mas transparente…
Ou as bolhas dos anúncios a iogurtes com L-casei Immunitas

Ou ainda, noutro estilo, aquele saco das Tisanas onde sufocava depois de um banho gelado E quando pensamos que queremos retirar-nos para dentro de uma laranja para dormir… na realidade um bago de uva seria suficiente*

Ai que boas recordações… Tisanas… bem pensado… ainda bem que o meu estado de espírito tem esta capacidade de variar tão bruscamente… Ainda bem que no infinito isolamento do meu mundo me vou reencontrando sucessivamente com os meus alter-egos e me vai sabendo tão bem reencontrá-los…

Ilhas… ilhas… ilhas…

Vou mas é embrenhar-me nos meus números e nas minhas letras…

Qualquer dia vou comigo ao cinema ver aquele drama de fazer chorar as pedras da calçada e depois volto a chorar e a rir ao mesmo tempo e a dissertar comigo acerca do que vi…

E antes que venha a tempestade cancelar-nos os portos e as pontes aéreas, deixemos outras dissertações para outros tempos…

* In Tisanas de Ana Hatherly
Nota: Não estou certa que as palavras sejam exactamente estas

9.25.2008

Passadeira Rolante

Se estivermos a correr numa passadeira rolante, transpiramos que nem uns cães e não chegamos a lado nenhum…
Acelerar significa suar mais e nunca chegar mais longe…
Há coisas que não percebo…
Círculos, círculos, círculos, espirais…
E no final os resultados são nulos… totalmente nulos!!!
Exercitámos a ignorância!
Ginasticámos e contorcemos a ignorância…
Estamos igualmente vazios… mas muito mais cansados!!!!
Só quero que isto acabe… De qualquer maneira, mas que acabe!!!
Só quero conseguir vender esta merda como se de chocolate se tratasse…
As teias em que nos enredamos…
Aqui, treina-se ignobilmente como na tropa!
Aqui não há resultados…
Há exaustão!
Aqui interessa apenas sofrer!
Mais nada!
Isto é prepararmo-nos para a chuva lá fora?!?
Lérias! Tretas! Mentiras!
Só embrutecemos!!! Passámos 5 anos e meio a embrutecer!
E a fermentar esta vontade tresloucada de fugir!!!
Fugir daqui…
Para o lugar mais longínquo possível!!!
E às vezes, seguindo esta onda da estupidez, de termos que agradecer todos os dias a oportunidade de levar chicotadas e agradecermos submissamente e a sorrir…
Não é teu o mérito, não há nenhum mérito teu! Tu só tiveste o demérito de te não saber posicionar na vida… Burra… Burra… Burra… Otária!!!
…só me apetece gritar…
Obrigada destino por me abrires as portas para a liberdade!!!
…como se não tivesse responsabilidade nenhuma nesse destino, como se neste jogo de azar e de azar, toda a ignorância fosse minha, só minha, toda minha, a burrice do mundo inteiro…
Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Mas nos entretantos, enquanto agradeço não me posso esquecer de me livrar desta praga… de amputar cirurgicamente esta coisa maligna de mim, para que não me persiga para toda a eternidade…